MEDITANDO NO TRABALHO MISSIONARIO

Depois disto ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Então disse eu: Eis-me aqui, envia-me a mim.

Isaías 6:8

domingo, 20 de janeiro de 2013

A IMPORTÂNCIA DA CONFESSIONALIDADE

 Ricardo Mendes


Na igreja local, subscrevemos a Confissão de Fé Batista de 1689 por entendermos o valor da confessionalidade para uma igreja. Primeiro, porque a confissão de fé reflete a Escritura e as doutrinas dos apóstolos, as quais devemos aprender, amar e defender como cristãos. A confissão não pode se em nada diferente da Escritura ou a ela nada acrescentar. Mas ela é um guia sistemático e pormenorizado das principais doutrinas bíblicas, que nos ajuda a compreender melhor as verdades da Escritura. 

Em segundo lugar, a confissão de fé é um documento histórico que representa a visão bíblica dos irmãos do passado, que se preocuparam em preservar a interpretação correta das sãs doutrinas bíblicas, a fim de preservar a igreja contra os erros perniciosos que sempre tentaram se infiltrar na igreja (vide as epístolas paulinas). Assim, a confissão representa uma blindagem contra as heresias condenáveis que circulam em nosso meio desde a fundação da igreja e, mormente, em nosso tempo, onde vemos o crescimento de tantas igrejas que desprezam as verdades bíblicas.

Por fim, a confissão de fé nos permite ter unidade em torno da mensagem bíblica central – Cristo e a salvação – bem como a respeito de doutrinas secundárias mas importantes para a manutenção da fé genuína. Cremos que as doutrinas sistematizadas na CFB 1689 são aquelas contidas na Escritura e organizadas de maneira didática para melhor compreensão e para facilitar o estudo sistemático na igreja, principalmente nas escolas bíblicas. Mas ela também é um guia pessoal para qualquer cristão, mesmo o mais simples, pois foge da linguagem rebuscada e teológica das teologias sistemáticas. Ressaltamos que a  confissão não substitui a leitura diária, devocional e sistemática da Bíblia como única regra de fé e prática para o cristão e como meio de graça para o desenvolvimento espiritual. Na igreja local, estamos estudando a CFB 1689 desde o ano de 2006, tendo passado por ela pela quarta vez e continuamos nesse estudo, que fica sempre mais interessante e aprofundado. Atualmente, estamos estudando o capítulo 11, sobre a justificação pela fé somente. Essas séries de estudos tem sido edificantes para a igreja, firmando-a cada vez mais na fé dos Apóstolos.

Ricardo Mendes - Primeira Igreja Batista de Taguatinga - DF

ELEIÇÃO: UM ATO SOBERANO DE DEUS



* Pr Fabiano Rocha

A eleição incondicional diz respeito à escolha de Deus feita antes da fundação do mundo, no nível do decreto de Deus, na qual ele escolhe salvar alguns dos que se perderiam, não tendo como fundamento nem méritos ou condição alguma favorável nas pessoas escolhidas. Foi uma decisão segundo o beneplácito de sua própria vontade. A fonte dessa escolha foi o infinito amor de Deus. Os discursos de Moisés no Velho Testamento, especificamente no livro de Deuteronômio, mostram de forma nítida essa verdade, que foi se descortinando de forma progressiva em toda a Escritura. Os pronunciamentos de Moisés ressaltam que Israel não teve nenhum mérito em ter sido chamado por Javé para ser o seu povo. Israel era na realidade o contrário daquilo que poderia servir de parâmetro para uma escolha com base nas qualidades do escolhido. Não era a nação mais numerosa, nem era justa, porém era débil, pequena e fraca. Mas o amor de Deus por eles foi espontâneo e gratuito, exercido apesar do demérito. Deus não somente escolheu indivíduos para tarefas especificas como também escolheu indivíduos para a salvação eterna. E isso Ele foi mostrando em toda a sua Palavra, através da escolha de um homem, através da escolha de uma nação, tudo isso apontando para uma escolha maior, que era a formação de sua igreja, do novo Israel que se formou em Cristo Jesus, através de indivíduos de toda a tribo, língua, povo e raça, que culminou em sua igreja.

Embora o homem caído e mesmo muitos cristãos professos neguem a eleição, com o falso argumento de que Deus seria injusto se assim procedesse, essa verdade jamais pode ser negada pelo simples fato de que em todas as páginas da Escritura a encontramos. E outra razão é que jamais a Bíblia nos concede brecha ou nos possibilita questionarmos os feitos e as prerrogativas do Criador, em fazer vasos para misericórdia e vasos para a ira. A Bíblia revela que Deus amou Jacó e odiou Esaú. Há porventura injustiça no Senhor por isso? Muitas pessoas até aceitam com certa naturalidade algumas doutrinas da Escritura, mas quando ouvem acerca da verdade de que Deus escolheu um povo para a salvação logo ficam coléricos. Spurgeon disse: "Parece haver um preconceito arraigado na mente humana contra esta doutrina, e embora a maioria das outras doutrinas seja recebida por crentes professos, algumas com cuidado, outras com prazer, esta parece ser mais comumente negligenciada e rejeitada".

Mas sabemos por essa doutrina que a salvação não é o pagamento de uma divida. Não é um coroamento após vencermos uma competição. Muito menos é o resultado automático de um privilégio concedido a quem nasce judeu ou quem é descendente físico de Abraão. A salvação é uma escolha graciosa, um ato de favor a quem não merece, gratuitamente demonstrado para com os membros de uma raça caída. O fato de haver escolha de alguns já é em si uma manifestação da misericórdia divina e não de injustiça. È por essa razão que essa verdade glorifica a graça gloriosa de Deus e, sobretudo, ressalta o demérito humano. Os homens em sua rebeldia contra Deus podem ranger os dentes, mas isso não mudará a verdade de que ao Senhor pertence a salvação. A decisão de resgatar e a quem resgatar pertence a Ele. O Senhor terá misericórdia de quem Ele quiser ter misericórdia, repetia o apóstolo Paulo
(Rm 9:15). Quem somos nós para contender com o oleiro? Essa escolha é um ato da soberania de Deus.
*Fabiano Rocha é pastor da Primeira Igreja Batista Reformada e Taguatinga - DF

O Evangelho é a religião da porta estreita



Pr Edson Rosendo

“Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela; E porque estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem” Mt 7: 13- 14.

A cada dia que passa, o mundo trabalha para ter conforto. Tudo concorre para o entretenimento, para a facilidade, para o bem-estar, para a praticidade, para a funcionalidade. Empresas, técnicos, inventores, todos trabalham para prover novas formas de facilitar a vida do homem, desenvolver novas idéias que tragam ao homem o mínimo de esforço para o dia-a-dia. As ciências, as artes, a filosofia, todas concorrem conjuntamente para valorizar o homem, seu ego, seus status quo. Nada que o fira, que o desagrade, que o diminua, que o acuse, que o constranja deve ser praticado, mas deve ser evitado decididamente, sob risco de grandes perdas, inclusive judiciais. Em suma, podemos dizer que o mundo provê para o homem a porta larga, confortável, a fim de não o desgostar em nada.

É nesse contexto que entram os pregadores do Evangelho, anunciando uma mensagem de quatro mil anos, reforçada há dois mil anos por Jesus, dizendo aos homens que a porta pela qual devem passar é a porta estreita. Ora, a porta estreita é a porta do desconforto, a porta do constrangimento para o ego, a porta da renúncia dos prazeres que desagradam a Deus. A porta estreita é a porta dos acusados pelo pecado, dos quebrantados pela culpa, dos depressivos pela perda da importância pessoal. A porta estreita é a porta da quebra dos valores do mundo, da assunção de outros valores, difíceis valores, mas valores aprovados por Deus. Só passam pela porta estreita aqueles que receberam a pregação da total inabilidade humana para a salvação, da completa inutilidade das boas obras pessoais, de justiça própria, como meritórias para a justificação diante de Deus. A porta estreita é aquela em que só passam aqueles que se arrastam com a boca no pó, em grande humilhação, em choro, em clamor, em desespero por seus pecados. A porta estreita é a porta do desconforto do ego, do eu, mas é a porta que dá para a vida eterna, para a eternidade na companhia de Deus.

Outra porta não conduz à luz, pois somente Jesus é a porta que conduz à vida eterna. Ou os seus ensinamentos são cridos e vividos pelo homem ou, do contrário, este só passará pela porta larga, aquela que conduz para a perdição. E são muitos os que entram por ela.

*Edson Rosendo é pastor da Primeira Igreja Batista Reformada de Caruaru - PE